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Reverência!


Na vida não adianta agarrar-se as coisas e fatos,
tudo é passageiro, experiência mesmo.
Como eu iria saber o que é o sofrimento,
se não tivesse passado por ele?
Ainda hoje sofro pela decepção que senti,
mas e daí?
Não seria melhor eu perdoar?
Mas confesso que é uma tarefa difícil,
porém estou aprendendo, estou perdoando.
Tinha uma dor dilacerante no peito,
ontem ainda a senti,
mas percebo que ela está indo embora.
Estou mais leve.
As pessoas erram mesmo,
e como erram.
Meu pai me ensinou:
Toda vez que eu ficava brava,
zangada com alguém,

meu pai olhava bem dentro
dos meus olhos

e dizia:
"Filha, veja bem, olha bem para esta pessoa,
tão pequenininha, tão pobrezinha.
Não vê? Ela está cem anos atrás de você.
Pense nisto."
Então eu refletia, pensava no que havia
me zangado ou magoado e
percebia que meu pai tinha/tem razão.
Isto me dava uma leveza.
Desta forma fui aprendendo,
crescendo com uma filosofia muito linda,
pois meu pai era apaixonado pelos seres humanos.
Todos os seres humanos para ele
eram dignos de serem reverenciados.
Quando meu pai desembarcou naquela estação,
ainda tive tempo de reconhecer,
agradecer e dizer a ele:
"Pai, eu não estava cem anos a frente,
foi você quem me jogou para cima."
Sempre agradeço por ter os pais que tenho,
foram os que eu precisava,
um me ensinou amar e reverenciar as pessoas,
o outro a amar e apreciar a natureza.
Todos nós temos os pais que precisamos.
Pois cada um tem um aprendizado
diferente para efetuar.
Estas são as verdadeiras riquezas
que a gente pode ter.

Minha filha sempre diz:
"Educação é tudo, tudo mesmo,
todo mundo me adora, só porque sou educada,
digo bom dia, boa noite e vejo as pessoas."
E ela trabalha servindo, tem o maior orgulho.
Eu, como mãe, fico toda boba.
Pois passei aos meus filhos
que servir engrandece.
O ser humano está esquecido de valorizar a vida,
seja ela qual for.
O Oriente reverencia os que servem.
Nós nos envergonhamos de servir.
Pura bobagem, puro "pré-conceito".
Só quando a gente serve,
realmente estamos fazendo a vida valer a pena.

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