A última postagem foi meio que um desabafo. Estou meio sentida comigo, pois já faz quase um ano que desejo fazer algo e nada fiz. Melhor, pelo menos, agora, pensei formas de ser útil. Ontem acho que cheguei à um início.
Deixa eu explicar-me direito: Quando estou indo para o hospital estagiar, passo em frente ao presídio. Anterior à este ano eu passava em frente ao presídio todos os dias que ia às aulas. Naquela época até buscava sentar-me ao lado dos bancos que eram contrários à visão do presídio. Sofria muito ao enxergar a prisão. Ainda sinto dor, pois lamento muito pela vida daquelas pessoas. Sei que lá há muitos que são do mal. Mas acredito que a maioria poderia ter encontrado um destino melhor acaso houvesse apenas uma alma qualquer que lhes doassem amor. Como poderá manifestar o bem se não foi criado espaço para ele? Ninguém pode dar aquilo que não tem. Portanto, como serei capaz de lançar meu dedo em riste para acusar seja lá quem for?
Então, ano passado na minha última apresentação da disciplina de Higiene Social, uma colega da equipe, que faz estágio no presídio, levantou a questão da qualidade de vida das presidiárias. Ela falou de como elas são carentes de tudo. Narrou o clima e o espaço no qual elas estão confinadas. A professora havia estado lá em visita e confirmou a situação das mesmas.
Desde desse dia, desejei fazer algo. Aquela informação ficou cravada em meu peito. Porém, vaguei com minhas idéias, mas nada de concreto efetivei.
De uns tempo para cá venho buscando textos, palavras que penso serem boas para eu levar para elas. Pensei em selecionar um texto, xerocar e levar uma folha para cada uma delas.
E só ontem fui capaz de externar o meu desejo. Fiquei satisfeita, visto que encontrei as primeiras palavras.
Entretanto, foi até engraçado, pois quando deitei-me para dormir, ouvi bem direitinho que eu terei que ter muito compromisso, pois afetarei pessoas e estas não podem serem decepcionadas mais uma vez, visto que são seres humanos muito sofridos.
Tenho esta consciência. Mas tenho fé que serei capaz de manter as palavras fluindo até os corações destas pessoas.
Bom, vou tentar com toda força. O bem que a gente faz a outro nada mais é do que alimentar a própria alma. Chega a ser egoísta esta constatação. Mas é a mais pura verdade.
Já contei, mas repito, minha mãe sempre pedia para a gente fazer um minuto de silêncio para a paz no mundo. E a gente fazia e era muito bom. As tarefas pesadas também eram oferecidas para a paz do mundo. Até hoje acho que não é válido, pois todas as vezes que ofereço um determinado sacrifício para a paz do mundo, o peso desaparece. Sei lá, mas fica tão mais fácil quando é para a paz do mundo. Experimenta quando estiver com algum tipo de fardo ofertar para a paz do mundo. Depois conta-me!
Comentários
Contarei com seu apoio, pois você é a alquimista das palavras.
Beijos!
vim te visitar e eis que vc está visitando lugares antes não visitados por ti ou pouco visitados~!
Bem sabe que trabalhei num presidio por 3 anos, de adolescentes, e do qual me arrependio de ter saido, hoje até entendo que se eu saí, também foi porque Deus permitiu que assim fosse.
Levar algo a elas: oo que seria? Apenas vc, vc em sí já é um pacote explendido de possibilidades, suas ideias, seu sorriso!
No entando, tudo o que vc for levar, apresente antes um projeto por escrito, assegure-se com a direção do presídio, com a segurança tambem!
Não podemos deixar de acreditar na bondade natural das pessoas, mas não se pode esquecer do grau máximo de criatividade que aqueles internos(as) têm. Imagine que pra sobreviver na rua, em condições mínimas de qualidade de vida, é preciso muita inteligencia e criatividade, o que têm de sobra lá! Essa criatividade, por vezes, vem junto com uma grande inversão de valores, qualquer palito de fósforo pode provocar uma rebelião...Como isso pode acontecer? Com criatividade, entupindo um cadeado.........
=D
No mais conte-nos tudo!!!
Beijos, amada Elisa!!
Valeria Preusse Bonfim
Sim, pois oro antes de decidir.
E conto com seu apoio e idéias.
Beijos!