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Segunda saudosa!

Segunda-feira,refaço o meu percurso. Vou sorrindo por dentro, creio que tal sorriso se expressa em meu rosto; entro na biblioteca como se entrasse em um palácio, meu ainda por cima. Fui recebida com beijos e abraços, pois sou amiga de todos que lá trabalham. Meus olhos percorrem as prateleiras com certa ansiedade; abraço os livros que tanto almejo, apenas não os beijo, olha o mico, mas todo movimento é de reverência. Afinal, estava no meio dos tão amados e desejados livros, que tanta saudades me causam. Surpresa maior, junto à Clarice estava Sandra Lyon, escritora que conquistou meu coração ao primeiro olhar. "O tecedor da chuva" quanta criatividade tem essa mineira de Alfenas, amei o jeito que ela escreve, fiquei inspirada. Pois sempre quis escrever, mas escrever como Clarice não é uma tarefa fácil, o meu estilo, meio complicado, não tenho a bagagem de Clarice, que é um gênio para retratar a alma humana. Entretanto, senti certa identificação com Sandra Lyon.
Perdas necessárias, olhos correndo ansiosos nas prateleiras, eis que de repente surge, verde, cor da cura, “Perdas Necessárias”, abraço fortemente, um sentimento de reencontro. Judith Viorst junta-se à Clarice. Juntas tentam resgatar uma história que foi perdida, a minha história pessoal. Clarice grita: “é perigoso desfazer dos piores defeitos, pois nunca se sabe o que faz a estrura do edifício”.
Sim! Houve uma perda de uma fase ruim, negra, mas era o que estruturava o edifício, que sustentava um imóvel entregue as baratas, que se desfazia aos poucos, desmoronava em si mesmo, desintegrando toda uma existência. Entretanto era só o que existia, existia? Não, não se pode chamar de existência algo que não celebra a vida, e a vida já há muito não era festejada. Então: perda necessária.
Bom, Clarice veio para casa comigo, insistiu que a Sandra viesse junto. Agora estamos aqui reunidas com Judith Viorst, aguardem grandes novidades.
Participem, postem suas aventuras, seus sonhos, suas idéias, postarei meus devaneios.

Escrevi este texto em 2007. Acho interessante, pois retrata a minha busca pela vida e hoje posso garantir que encontrei a capacidade de celebrar a vida!
Tenho outros textos, mostra bem a luta para adquirir capacidade de festejar a existência. Gosto de postá-los, pois quem bem me conhece pode sentir na escrita o quanto sou diferente hoje.
Para mim é um exercício; é uma forma de ampliar minhas buscas e a minha confiança na vida. Muito já temi a vida e, talvez por isto mesmo, muitos obstáculos tive que vencer. E muitos obstáculos ainda tenho que superar, entretanto, sinto-me tão viva, tão grata ao dom da vida, que estes obstáculos são apenas experiências para ampliar a minha capacidade de viver.


Comentários

Anônimo disse…
Sandra Lyon também é simbolista? Clarice de fato não há muito como reprochar. E espero que outros desses seus textos apareçam por aqui [Os antigos, e os novos], pois é raro encontrar tanta vivacidade em um mesmo punhado de linhas. Sim, o nome desse blog cai como uma luva!
Élis Bruxa disse…
Thaís, amo seus comentários!
Estou viciada neles!
Quanto à Sandra, ela é um verdadeiro encanto. Escreveu enquanto acadêmica, participou de vários concursos literários, vencendo sempre. Depois sumiu, ao que me parece!
Beijos amorosos

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