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Aula Mágica U

Alfabetização Mágica

A Alfabetização Mágica é um programa de alfabetização fonética inspirada e fundamentada no curso da Drª Leonor Scliar, professora emérita da Universidade Federal de Santa Catarina. A Alfabetização Mágica é realizada por meio das aplicações das descobertas da neurociência, que estuda e entende a estrutura cerebral e explica como o cérebro funciona no processo da leitura e escrita. 


A neurociência revela a existência de neurônios que são especializados no processo da leitura. Visto que para ler e interpretar o que foi lido requer rapidez e eficiência.  E isso só é possível quando uma área do cérebro conhecida como caixa de leitura, região esta denominada de occipito temporal ventral esquerdo, é devidamente estimulada. Na caixa da leitura o cérebro especializa os neurônios para realizar o processo da alfabetização. Portanto, a alfabetização ocorre por meio da reciclagem neuronal. 

A língua escrita é cultural, foi inventada e precisa ser ensinada. Stanislas Dehaene, neurocientista francês

Portanto, é na caixa da leitura que os neurônios são especializados para reconhecer os traços que formam as letras, para reconhecer os sons que cada letra tem e para reconhecer uma palavra escrita. Esse processo atinge inclusive a audição, pois afeta como cada palavra é pronunciada. 

A nossa língua é fonética e a escrita é alfabética. Logo, para ler temos que conectar um sinal gráfico aos seus devidos sons. Stanislas Dehaene, neurocientista francês

A importância em reconhecer os traços possibilita diferenciar uma letra de outra, portanto, evita que ocorra trocas de uma letra por outra. Por exemplo, a vogal u minúscula se estiver invertida será lida como n; assim como a letra b em posição espacial modificada pode ser interpretada com um p. Logo, reconhecer e saber identificar cada letra requer a capacidade de diferenciar o que cada uma representa em sua forma e som.

Por isso que é muito importante permitir que a criança sinta cada letra, emita o som que cada letra produz no momento de fazer os traços que forma cada letra. Portanto, estimular a compreensão de como se escreve cada letra faz parte do processo de alfabetizar. 

Assim sendo, alfabetizar requer estimular o processo da especialização dos neurônios por meio de técnicas que permitam que o estudante entre em contato com a forma, o som e a audição de cada letra;

Nos processos essenciais da leitura, a fala, a leitura e a escrita são elementos interdependentes e compõem o sistema funcional da linguagem. Stanislas Dehaene, neurocientista francês

Por isso que estimular a compreensão da forma e do som que cada letra representa é essencial para efetivar o aprendizado e promover a leitura fluida e compreensível para quem lê. 

Por exemplo, se o estudante não tiver contato com a forma e o som que cada letra representa, o estudante fica impossibilitado de fazer uma leitura fluida. Veja como seria uma leitura sem o processo da especialização neuronal para ler uma palavra qualquer, como a palavra BOLA:
Neste caso, a palavra BOLA seria lida da seguinte forma:
” Be+ o=  bo + éle + a=  la: bo+la = bola  Este processo é lento e fragmentado, fatos estes que impedem a compreensão do significado do que se está lendo. Quando se conclui a leitura realizada nesse modelo, ao terminar, o sentido da palavra já está comprometido, portanto, a pessoa consegue até ler, mas tem o significado do que leu prejudicado. 

A finalidade da leitura é compreender e não de soletrar as sílabas. Stanislas Dehaene, neurocientista francês

A automatização dos neurônios no processo de reconhecimento dos traços que diferencia uma letra da outra e no reconhecimento dos sons e valores que cada letra tem permite reconhecer as palavras escritas e interpretar o que cada palavra representa naquela leitura. A interpretação da leitura requer rapidez e eficiência e a reciclagem dos neurônios permite isso. 

A aprendizagem explícita das correspondências grafemas-fonemas é a única a oferecer à criança a liberdade de ler. Pois, somente por meio da associação da letras aos seus sons permite o acesso às palavras novas. Stanislas Dehaene, neurocientista francês

Outro detalhe importante na leitura é que a nossa visão não alcança todos os caracteres da escrita, pois nossa visão só percebe três a quatro caracteres à esquerda e sete ou oito caracteres à direita do texto. Portanto, a percepção da letra tem seu campo visual limitado. E a velocidade no reconhecimento de cada palavra em uma leitura indica se a pessoa é ou não fluente. A identificação de um bom leitor implica que este seja capaz de ler 400 a 500 palavras por minuto.

 Os olhos percorrem o espaço onde se encontra a escrita com movimentos rápidos (4 a 5 vezes por segundo), chamados de SACADAS. E identificamos de 10 a 12 letras a cada sacada (3 ou 4 à esquerda e 7 ou 8 à direita do olhar). Como o tempo de percepção de uma letra é de 50 milissegundos, portanto, a leitura de um “bom leitor” chega à velocidade de 400 a 500 palavras por minuto. Stanislas Dehaene, neurocientista francês

A Alfabetização Mágica para ser bem sucedida requer que este aprendizado seja apoiado por um responsável que contribua com a construção desse fantástico e fundamental processo de formação de escritores e leitores mágicos. 

Faça parte desta aventura, eu prometo, você vai se sentir gratificado. 

Nós, os futuros escritores e leitores mágicos e criativos, contamos com sua ajuda!



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