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Posição política e social de cada um



Eu acabo de assistir  um documentário sobre a fronteira dos USA. Muito triste saber que há tantas almas que sofrem em nosso mundo e como a gente se agarra com as nossas verdades e assim nos tornamos intolerantes e cegos diante de tudo que acontece ao nosso redor.
Intolerantes e cegos caminhamos levantando nossas bandeiras.  A nossa  verdade é única, a verdade do outro é equivocada, quando tentamos ser educados, porque na verdade acreditamos que a verdade do outro é estúpida e ofende a nossa liberdade de ter a nossa verdade. Destacando que a nossa verdade é que conta. E que não interessa saber o que o outro sente ou pensa, visto que nós já o rotulamos de tudo que podemos e está ao nosso alcance.
A nossa verdade usa os rótulos que lhe convém e a verdade do outro ofende e agride aos nossos direitos de ter e manter uma única e soberana verdade. E foi nessa premissa que a reportagem sobre a fronteira se realizou. Então, através de um grupo de seis pessoas, cada uma com uma verdade única e absoluta sobre a fronteira foram reunidos. O grupo foi levado para vivenciarem na pele um pouco da realidade da fronteira. E o primeiro passo foi coloca-los diante do necrotério daqueles que tentaram romper a fronteira em busca de uma vida melhor..
Não era um necrotério qualquer, era um local grande e repleto de cadáveres preenchidos com cheiros, com incógnitas, com histórias de dores anônimas embrulhadas na ausência de vida.  Por si só essa visão já choca, mas não é capaz de alterar a verdade de cada um. Então o grupo é conduzido ao chefe de polícia que comanda a fiscalização e proteção da fronteira. E este expõe seus desafios diários e explica como funciona seu trabalho.  Cada fato novo agregada à essa experiência mexe com cada participante, entretanto, não se observa mudanças de ideias e valores. A verdade de cada é um é um tesouro que necessita ser resguardado e protegido, haja o que houver. E assim prossegue a experiência que exige a integração de cada um dentro da realidade da fronteira.
Caminham pela fronteira, observam os recursos utilizados para conduzirem aqueles que ousam transpor os limites para uma direção em “que a morte segura”. Quisera esta “morte segura” fosse de fato um trocadilho, mas não, de fato é uma ‘verdade’ comprovada no necrotério. Embora a morte segura ainda encontre justificativa que confirma e valida a verdade de alguns do grupo.
Essa experiência surreal segue adiante, onde há pessoas que confirmam a verdade de cada, entretanto, também há aqueles que mostram outros aspectos, outras realidades, outros pensamentos e ideias que não corroboram com a verdade única de cada um.
Para concluir a experiência da verdade única e absoluta de cada um, são selecionados três óbitos, que foram entregues para três duplas.  A dupla é formada com cada um com sua verdade tão única quanto contraditória.  
Assim, a primeira dupla consistia em duas mulheres, uma a favor e outra contra as pessoas que buscam uma vida melhor transpondo as muralhas. Estas vão buscar a origem de uma moça de vinte e um anos que morreu tentando realizar o grande sonho americano. Chegando ao local de origem dessa moça, essa dupla é exposta à realidade na qual essa moça vivia e mostra como a organização criminal se faz valer da dor e desespero daquelas existências.  Um mundo onde a prostituição não é uma escolha, onde a vida é feita de dor e violência.
Quanto às outras duas duplas, uma tem que conhecer como foi a vida de um menino de dez anos e a outra de uma mulher de meia idade. Onde cada história mostrou para cada dupla como e porque se busca alternativas para amenizar a dor e ter a possibilidade de uma existência melhor.
Finaliza mostrando que a dor do outro também é nossa, é de cada um. Não há nesse mundo dual uma dor que não repercuta no outro. Porquanto estamos todos em uma única nave, que é o nosso planeta Terra. Estamos emaranhados nessa existência, mesmo que eu não saiba disso, mesmo que eu ainda não compreenda isso.
Lamento não saber informar a fonte desta reportagem. Seria bom poderem assistir e assim conferir. Logo, fica só a minha opinião. Sinto muito! 
Achei a fonte, este documentário é exibido na Futura e se chama fronteiras: http://www.futuraplay.org/serie/mundodoc/




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