Sim, a gente cala e quando a gente cala a gente promove a injustiça. Mas também não é fácil falar, tomar uma atitude e assumir uma posição. Somos filhos da ditadura e temos medos. Fomos treinados a calar. No cotidiano eu falo, eu grito e tomo partido dos fracos e oprimidos. E no meio da multidão, fico só, mas não me intimido, avanço feito leoa. Na vida política não sei agir, tenho muito medo e me calo. Nunca tive uma orientação que me validasse nessa luta. Eu não sei dizer quais são as leis e quais são as formas de lutar. Mas, quando eu vejo um menino sendo roubado e vou lá e enfrento, de alguma forma, estou colaborando para que o mundo seja menos violento. Quando vejo uma senhora agredir exageradamente uma criança e entro na frente para apaziguar e sou agredida, também é o meu jeito de participar na construção de um mundo melhor. Ou vou lá conversar para que os trabalhadores tenham melhor condições, é o meu jeito simplório de pe